04 maio 2017

Ensaio sobre o Ensaio



Não faz muito tempo que descobri a palavra “ensaio”.

Foi ouvindo uma das palestras da querida professora Inez Borges que tive contato com esse vocábulo e ao mesmo tempo com a seguinte questão particularmente minha:

“O que vem a ser um ensaio?”

De maneira breve, recebi explicações que me foram úteis para o momento, mas ao estudar o significado da palavra e o seu propósito com um pouco mais de profundidade, no curso “Fundamentos Metodológicos da EP” ministrado pela Aecep, foi que compreendi sua real importância.
Mais do que escrever por escrever, compor um ensaio está atrelado a propósitos de preservação de um material único, com qualidades e com intenções nobres de fixação de um momento, transformando papel, caneta e palavras em um verdadeiro marco histórico - que de imediato não parece de muito valor, mas futuramente poderá vir a ser devidamente reconhecido.
Também é importante refletir sobre o ato de evidenciar, em palavras ou ilustrações próprias, a mão providencial de Deus na compreensão do aprendizado, compartilhando com as futuras gerações a existência de um Deus soberano, que tem escrito a Sua história através de cada um de nós.

Ao analisar o significado da palavra composição na definição descrita por Webster, podemos identificar o método de estudo dos 4 passos (Pesquisar, raciocinar, relacionar e registrar) como fases de um aprendizado completo e evidente!
O estudante primeiro investiga, combinando pensamentos, reflete com base nos princípios, raciocina relacionando suas ideias e coloca-as em ordem registrando-as no papel.
O resultado desses esforços será único, ou seja, uma fonte primária de pesquisa aos que a ele tiverem acesso futuramente. Portanto, ainda que o autor dos escritos não esteja presente para defender ideias ou relatar processos de um aprendizado em determinado tempo e espaço, tais ideias serão perpetuadas, indo além do seu tempo.

Ao ponderar sobre esses aspectos – enquanto eu mesma, autora deste ensaio, escrevo – contemplo a semelhança entre o ato de “compor” com o que fizeram os antigos escritores que, inspirados por Deus, vieram a compor bons livros e por que não dizer, as sagradas escrituras? Não são, porventura, ensaios de Davi, os diversos escritos que ele mesmo, por suas mãos relatou, registrando suas dores, dissabores e inúmeros motivos para adorar quem o inspirou?

De fato, grande importância há no ato de escrever - registrar o que anteriormente pesquisou, refletiu, concluiu.
Também é inevitável, passar por essas reflexões sem relacionar com o cenário que temos visto na chamada “era digital”.

Escritos que “passam” como o vento e já não se sabe para onde foram.
Postagens, likes, informações compartilhadas e re-compartilhadas, não refletidas, nem sentidas.
Apenas um “clique” e tudo se esvai no imenso “mar virtual”. Mas isso é outro assunto, outro “ensaio”. Talvez intitulado “ensaios ao vento”.

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