15 maio 2017

O que estão ensinando aos nossos filhos? #Parte 1


Já na introdução deste livro, podemos extrair dele reflexões extremamente relevantes para a vida do cristão. Trata-se sobre a dicotomia existente entre a fé e as áreas do conhecimento.

Particularmente, pude me lembrar de meus questionamentos durante a faculdade de Pedagogia, quando li as perguntas a que o autor propõe responder mediante análise bíblica.

Naquelas ocasiões, enquanto lia na sala de aula sobre o construtivismo, Jean Piaget, Wallon, Vigotsky, Paulo Freire, Emília Ferreiro... o Espírito Santo lançava perguntas ao meu coração sobre que tipo de metodologia estaria de acordo com os elevados pensamentos do Deus criador, a quem eu servia e buscava seguir fielmente?

Foi nessa época, buscando respostas que encontrei a Educação por Princípios e passei, voluntariamente a servir a Deus dentro de uma escola cristã. Minha vida mudou a partir dessa busca por respostas.

Com a leitura desse livro, pretendo me aprofundar na análise daquilo que tem sido incutido nas mentes das crianças e dos futuros profissionais da educação e, pretendo, contribuir de alguma forma para “libertar” alguns, assim como eu tenho sido liberta da escravidão de uma vida “pseudocristã” onde o sagrado está relacionado apenas a questões relacionadas ao culto e a liturgia, ampliando a visão de que verdadeiramente Cristo é tudo em todos. (Colossenses 3:11)


Que venha o Teu Reino Senhor!

05 maio 2017

Avaliação: mais que um número

Após a leitura do texto sobre Avaliação, escrito por Rubens Cartaxo quero demonstrar minha gratidão e apreço por cada uma destas palavras, pois, foi possível perceber um envolvimento profundo do autor em sua elaboração, e claro, deve ter realizado uma ótima avaliação enquanto o redigia e quando o concluiu.

Portanto, fico feliz e avalio-o como ferramenta extremamente útil a todo educador (esteja ele dentro da sala de aula ou dentro de suas casas, como pais que educam e repensam sua maneira de educar).

A princípio, quando são apresentadas as amplas definições relacionadas à avaliação, refleti sobre essa temerosa tarefa – temerosa no sentido do zelo e responsabilidade necessários. Quão grande poder o educador tem em suas mãos! Enquanto escrevo cheguei a me lembrar de Pilatos, alguém que tinha o poder de crucificar ou libertar. Mas, ainda que não lavemos simbolicamente nossas mãos, necessitamos de muita sabedoria do alto, porque a maneira como avaliamos também pode impactar a vida de alguém.

Podemos, por exemplo, gerar no avaliado, esperança ou desapontamento destrutivo, vontade ou inapetência. Costumo dizer que enquanto um médico, em uma atitude irresponsável, mata uma vida, um professor inconsequente “pode” matar 30 aprendizes em um só ano letivo.
Ai de nós!

Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.” Mateus 18:6

Ainda me lembro de uma experiência como professora em uma das escolas públicas em que lecionei. Ao entrar na sala de aula para pegar um material presenciei a seguinte cena:
A professora, aparentemente “farta de dias” e prestes a receber sua tão esperada aposentadoria, observa alguns papeis enquanto uma aluna de cinco anos de idade - desajeitada, de aparência simples - tentando lidar com seus novos materiais escolares, por duas vezes o derruba fazendo um ruído incomum ao ouvido de todos que estavam submersos em um silêncio amedrontador imposto pela “opressora” sentada à mesa.

O resultado? Olhares acusadores dos outros alunos em sua direção e o grito agudo e ensurdecedor da docente:

“Menina! Olha o que você fez! O que você tem na cabeça?! Não presta atenção em nada do que faz! Tudo derruba! Vê se aprende a segurar as coisas direito!”

A menina sem nome, então se encolhe e não demora muito a derrubar outro item do seu estojo. Em seu olhar avalio “o medo só está piorando as coisas”. E também em seus olhos vejo a seguinte indagação “Será que ela ouviu? Será que agora vem mais uma bronca?”
Com base em meus estudos, posso ver claramente que a professora não avaliou corretamente a atitude de sua aluna, mas a aviltou, ou seja, a rebaixou, desonrou, desconsiderou o valor de sua aluna. Não observou com cuidado as razões de sua recorrente “inaptidão” em manusear instrumentos escolares pequenos.

Há três dias soube que esta professora ainda está lecionando na mesma escola (após 3 anos do ocorrido) e para alunos da mesma faixa etária. Em quantas crianças já deixou “sua marca” avaliando erroneamente a atitude de seus alunos? Será que aprendeu a avaliar-se?
O exemplo citado acima, demonstra um abuso na correção devido a uma péssima avaliação, mas, em contrapartida temos encontrado atualmente diversos educadores indiferentes, e nesse caso, falo especificamente sobre os pais. Uma “geração de órfãos” sendo criada.
Sabendo que “o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (Pv 3:12) deduzimos que se alguém não corrige, é porque não é pai, pois, todo pai que se afeiçoa e considera o filho como tal, o avalia, o corrige...

A avaliação permeia a educação, e no meu ponto de vista, a questão é “SE estamos avaliando corretamente?”
A correta avaliação, segundo o texto, se faz com humildade, amor, misericórdia para quem se avalia, para o bem do aprendiz, ou seja, com a intenção de fazer crescer, para orientar, para corrigir e direcionar o caminho - como a vara ligada a uma flor apontando para o céu durante o seu crescimento – também para verificar se está apto, indicando pontos positivos e negativos com a finalidade de recomendar e prevenir a dor futura.

Esta avaliação (a correta) é ampla, diversa, presente e, particularmente, acredito que o sistema educacional de nossa nação necessita refletir muito sobre isso ainda, visto que seu processo de avaliação se dá de maneira impessoal e massificada, como se todas as crianças fossem iguais e, não é por mérito, honrando os esforços e respeitando o princípio de semeadura e colheita, assim, tanto o que bagunçou o ano todo, quanto aquele que bebeu das melhores fontes do conhecimento se esforçando em seus estudos, estarão juntos no ano seguinte “dividindo” o mesmo espaço onde ninguém tem nome e endereço.

A imagem abaixo ilustra um desses apontamentos:


Se me permitem, creio que, apesar de ser algo tão diferente do que estamos acostumados a ouvir, a educação familiar, conhecida como homeschooling, realizada pelos pais, na maior parte do tempo em seus lares (embora não somente neste local), sob o meu ponto de vista, é o que mais se aproxima do modelo ideal de avaliação. Pois, que outros educadores amam mais seus discípulos do que seus pais, conhecendo suas habilidades e falhas de caráter?

De qualquer forma, ainda exercendo a atividade pedagógica em sala de aula, pretendo me esforçar para encontrar meios de tornar meu ensino mais personalizado, como Jesus o fazia, e avaliar meus 32 alunos dentro de suas especificidades. Que desafio meu Deus!
Como podem ver, foi possível ponderar sobre diversos aspectos enquanto lia, inclusive identificando, particularmente, a necessidade de romper com o imediatismo e improviso, pois por conta da habilidade da didática, muitas vezes me vi indo para a sala de aula sem saber exatamente que rumo tomaria nos próximos minutos (ainda que na presença de 32 pequenos indivíduos únicos e especiais). 

Confesso.

Quero começar a planejar, realizar e avaliar, não somente na área educacional, mas em todas as áreas da vida. Na organização do lar, nos projetos para o futuro...
Por fim, concluo este texto, lembrando-me da avaliação que Paulo fez quando estava perto de ver seu Senhor. Eis que ele olhou para trás e avaliando, e porque não dizer, contemplando sua caminhada, proferiu:
“Combati o bom combate,
acabei a carreira
guardei a fé.” 2Tm 4:7

Que assim seja em nossas vidas: que possamos estabelecer planos segundo a vontade de Deus, executá-los corajosamente e avalia-los com o mesmo olhar de Jesus.

04 maio 2017

Ensaio sobre o Ensaio



Não faz muito tempo que descobri a palavra “ensaio”.

Foi ouvindo uma das palestras da querida professora Inez Borges que tive contato com esse vocábulo e ao mesmo tempo com a seguinte questão particularmente minha:

“O que vem a ser um ensaio?”

De maneira breve, recebi explicações que me foram úteis para o momento, mas ao estudar o significado da palavra e o seu propósito com um pouco mais de profundidade, no curso “Fundamentos Metodológicos da EP” ministrado pela Aecep, foi que compreendi sua real importância.
Mais do que escrever por escrever, compor um ensaio está atrelado a propósitos de preservação de um material único, com qualidades e com intenções nobres de fixação de um momento, transformando papel, caneta e palavras em um verdadeiro marco histórico - que de imediato não parece de muito valor, mas futuramente poderá vir a ser devidamente reconhecido.
Também é importante refletir sobre o ato de evidenciar, em palavras ou ilustrações próprias, a mão providencial de Deus na compreensão do aprendizado, compartilhando com as futuras gerações a existência de um Deus soberano, que tem escrito a Sua história através de cada um de nós.

Ao analisar o significado da palavra composição na definição descrita por Webster, podemos identificar o método de estudo dos 4 passos (Pesquisar, raciocinar, relacionar e registrar) como fases de um aprendizado completo e evidente!
O estudante primeiro investiga, combinando pensamentos, reflete com base nos princípios, raciocina relacionando suas ideias e coloca-as em ordem registrando-as no papel.
O resultado desses esforços será único, ou seja, uma fonte primária de pesquisa aos que a ele tiverem acesso futuramente. Portanto, ainda que o autor dos escritos não esteja presente para defender ideias ou relatar processos de um aprendizado em determinado tempo e espaço, tais ideias serão perpetuadas, indo além do seu tempo.

Ao ponderar sobre esses aspectos – enquanto eu mesma, autora deste ensaio, escrevo – contemplo a semelhança entre o ato de “compor” com o que fizeram os antigos escritores que, inspirados por Deus, vieram a compor bons livros e por que não dizer, as sagradas escrituras? Não são, porventura, ensaios de Davi, os diversos escritos que ele mesmo, por suas mãos relatou, registrando suas dores, dissabores e inúmeros motivos para adorar quem o inspirou?

De fato, grande importância há no ato de escrever - registrar o que anteriormente pesquisou, refletiu, concluiu.
Também é inevitável, passar por essas reflexões sem relacionar com o cenário que temos visto na chamada “era digital”.

Escritos que “passam” como o vento e já não se sabe para onde foram.
Postagens, likes, informações compartilhadas e re-compartilhadas, não refletidas, nem sentidas.
Apenas um “clique” e tudo se esvai no imenso “mar virtual”. Mas isso é outro assunto, outro “ensaio”. Talvez intitulado “ensaios ao vento”.

Escrita ausente

O problema em ler bons textos e somente bons textos talvez esteja na difícil missão de, posteriormente, se fazer ouvir por meio da escrita. ...