10 janeiro 2013

Rabiscos

Tenho pensado a respeito da minha vida.

E percebo que antes eu dançava mais, eu cantava mais, eu sorria mais diante de coisas simples... não precisava muito para eu sorrir.... não precisava muito para eu me emocionar.
Certa vez alguém me disse: “é o primeiro amor, logo passa!”
Fiquei revoltada quando ouvi isso e clamei ao Senhor para que isso nunca passasse de fato.
Porém, passou!
E qua...nto mais eu busco o que é certo, quanto mais eu busco fazer o que é certo diante de Deus dentro da igreja ou naquilo que creio, tentando me desviar das tradições, tentando focar naquilo que é evangelho de verdade, mais percebo o quanto estou errada e como é mais difícil amadurecer acabo estagnando.

Para ser mais clara eu posso usar um exemplo:
Uma criança com seus desenhos.

Quando ela vem com aqueles rabiscos iniciais e diz “esse é o papai, essa é a mamãe, essa sou eu, esse é o sol...”, todos olham e abrem um sorriso dizendo “que lindo!”. Mas, essa criança começa a crescer e aos poucos ela vai olhando os desenhos de outras crianças um pouco maiores e ela percebe que seu desenho não é tão lindo assim. Numa tentativa desesperada ela se põe a fazer rabiscos mais detalhados com o objetivo de fazer como os outros, ou pelo menos algo parecido.
Ilusão.
Ela não está conseguindo!
Mas, então, ela tenta uma vez, outra, e já não tem mais tanta coragem de mostrar suas tentativas as pessoas que antes a elogiaram. Ela está crescendo... mas, e seus desenhos?
Assim é conosco no amadurecimento espiritual. Até que ponto devo eu me espelhar em alguém no meu crescimento.
Vejo que paralisei como esta criança. Vejo que estou numa fase onde nada está bom. Não está bom a maneira que eu danço porque certamente isso precisa ser melhorado. Não está bom o jeito que toco violão, flauta, teclado... porque, afinal de contas, preciso melhorar. Não está bom o jeito que canto, porque descobri que as músicas que tenho cantado faltam conteúdos bíblicos. São canções que só falam de mim, então, melhor não cantar? Já não escrevo tanto no meu blog porque receio que em minhas palavras faltem mais conteúdos teológicos e argumentos com fundamentos sólidos.

Enfim, deu pra perceber que estou numa transição perigosa. Quase como se eu tivesse comido do fruto do conhecimento do bem e do mal. Era melhor quando eu ainda não sabia que estava “nua”. Era melhor quando eu dançava na sala da minha casa com o coração transbordando de alegria para o Papai. Era melhor quando eu ainda não sabia o que era um bom violão porque eu tocava com todo o meu coração e a unção fluía daquelas cordas... Era melhor quando eu escrevia tudo aquilo que se passava no meu coração, meu amor pelo Senhor, de uma forma tão natural que ninguém cheio de conhecimentos filosóficos poderia me barrar. Era melhor quando eu cantava sem preocupações, porque tudo o que saía dos meus lábios era adoração verdadeira.

É isso...

Os desenhos da criança são melhores do que os desenhos atuais, pois, havia liberdade nos traçados. Havia sonhos, havia esperança...
E certamente o Pai os emoldurava e os pendurava nas paredes de sua casa, maravilhado com aqueles traços desajeitados.
Isso foi apenas um desabafo, uma reflexão sobre onde estou e para onde vou. Quero agradar o coração do Pai e ele sabe disso. Crescer é natural. Não pretendo ser uma “criança” para sempre perdida na terra do nunca. É necessário amadurecer, mas deixo a seguinte reflexão para pensarmos um pouco sobre como temos crescido.

Dani Rubi

Escrita ausente

O problema em ler bons textos e somente bons textos talvez esteja na difícil missão de, posteriormente, se fazer ouvir por meio da escrita. ...